Essa pergunta tem deixado candidatos a vagas de emprego sem reação. Saiba por que ela é tão importante em processos seletivos
Boa parte de quem está em busca de um espaço no mercado de trabalho já entendeu como a qualificação contínua é essencial. Uma segunda graduação, pós-graduações, cursos de idiomas e de informática… É uma lista interminável de afazeres para engordar o currículo e fortalecer, ou ampliar, o conhecimento.
Uma boa colocação não cai do céu e a falta de qualificação atrapalha muita gente na hora de avançar etapas nos processos seletivos. Só para se ter uma ideia, a taxa de desemprego no Brasil, entre setembro a novembro do ano passado, foi de 14,1%, o correspondente a 14 milhões de pessoas. Os dados, divulgados no início de 2021, fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE.
Do outro lado do desemprego, estão as vagas abertas há semanas ou meses. Muitas delas, aguardando candidatos com as qualificações necessárias.
Mas… vem cá que eu vou te contar sobre o que pode dificultar o processo de contratação tanto quanto – ou até mais – que a falta de qualificação: o COMPORTAMENTO e a DIFICULDADE na hora de se apresentar como PESSOA e não, apenas, como profissional.
Por isso, o “fale mais sobre você” tem sido usado como uma pergunta-chave nos processos seletivos.
Sabe por quê?
Porque, cada vez mais, as empresas que desejam ter um ambiente de trabalho sadio primam pelo bom relacionamento entre os colaboradores e, por isso, saber mais sobre a PESSOA e não sobre o profissional é tão importante.
No entanto, os profissionais ainda não estão preparados para falar mais sobre si. Muitos emudecem diante de pergunta. Outros seguem falando sobre a questão profissional. E aí, meu amigo, minha amiga, já era!
Primeiramente, você, candidato, precisa estar pronto para dar essa resposta. E você, recrutador, deve estar atento ao que vai ouvir. É nessa resposta que traços da personalidade do seu candidato potencial podem aparecer de forma mais clara. Clique aqui para ver a reportagem anterior sobre os perfis de candidatos que devem ser evitados numa contratação.
Se ele tem algum traço de personalidade que não combina com o seu ou da sua equipe. Se gosta de levantar vantagem sobre tudo e todos. Ou, pior: será que o candidato fala pouco sobre si porque quer esconder algo?
O vice-presidente da EBW Bank, Eduardo Furtado, comenta sobre a importância de se levar em conta o perfil do candidato. “A técnica nós ensinamos, mas traços da personalidade, muitas vezes, não conseguimos mudar. Claro que olhamos o currículo, mas a decisão da contratação vem depois de analisarmos o perfil. Queremos pessoas alinhadas com os nossos valores”, destaca.
Na prática
Um exemplo simples pode te ajudar melhor a entender a importância dessa pergunta. Vamos imaginar que, num processo seletivo, um candidato – ao responder a essa pergunta – relatou que “precisou” sair de dois empregos, porque teve dificuldades em conciliar o trabalho, com o estudo e com academia. E, no meio da resposta, disse:
– “Pra mim, a organização da rotina é o mais difícil”.
Pois bem, parte da semana desse profissional seria com trabalho remoto, em casa. Ou seja, se ele já disse ter problemas com organização, entende-se que também teria dificuldades em assumir esse posto de trabalho.
Finalmente, você consegue compreender, agora, a importância do “fale mais sobre você”? Que tal incluir esse questionamento nos seus processos seletivos? Faça a pergunta certa e contrate o melhor!